quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Entrevista - Livin Garden

Aqui está, pessoal, a tão aguardada entrevista do blog com a banda curitibana Livin Garden. Pra quem não conhece, eles mesmos se apresentam na entrevista, falando um pouco sobre si enquanto grupo, a carreira da banda e música pesada em si. Fizeram uma turnê pelos Estados Unidos este ano, levando o nome do Heavy Metal nacional para além das nossas fronteiras com muita qualidade. Vale muito à pena conhecer a banda e acompanhar esse bate-papo que rolou no dia 26/06/11, uma tarde chuvosa de domingo, em Curitiba.



Conversaram comigo o Baixista e vocalista Gabriel Canoro e o baterista Roberto Krug, o papo foi dinânico e interessantíssimo, como vocês podem conferir abaixo:

Dany Murdock: Eu estou com a banda Livin Garden, obrigado por me concederem essa entrevista, eu gostaria de começar com o seguinte: a banda se chama Livin Garden. Vocês tem algum tipo de mensagem ou ideologia? Qual é o conceito e qual é a postura da Livin Garden enquanto banda?

Roberto Krug: Cara, por a gente ser uma banda, a gente segue mais uma linha do entrosamento que temos tocando juntos e é disso que a nossa música nasce. Eu não sei se a gente tem exatamente uma idéia do que a gente quer ou faz mas aquilo que a gente curte, por que a gente gosta das nossas músicas, cada um pode dar as suas idéias e a cada música e cada show a banda se renova, e a gente vai seguinde esse caminho,querendo fazer sempre mais bem feito. Somos uma banda, quatro pessoas, a nossa idéia é o espírito coletivo e nossas músicas saem do entrosamento de quatro músicos que tocam juntos há um bom tempo.

Dany: Como vocês classificariam o estilo musical de vocês e quais são as principais influências da banda?

Gabriel Canoro: Nós somos uma banda de Rock, de Heavy Metal. Não tem exatamente uma definição, do tipo "nosso som é isso, isso e isso". A gente faz o tipo de música que a gente acha legal, até porque temos várias influências, não só dentro do Heavy Metal, ou do Rock And Roll, então, todo o backgroud que cada um traz é interessante, porque a gente busca fazer o tipo de som que a gente acha legal no momento e se a música ficou boa, é isso que importa.

Krug: Cada tem influências diferentes, até por sermos de gerações diferentes, eu sou bem mais velho do que eles, então é dificil dizer quais são as influências da banda. Mas o geral é Rock, a gente procura fazer um Rock, só que um pouco mais pesado, mas sem ser Metal, algo mais balanceado. Dentro do Rock, somos uma banda de Rock.




Dany: Contem um pouco da trajetória de vocês até aqui, o CD Where I Can Breath e como tem sido a aceitação do público em relação às músicas próprias da banda.

Gabriel: O Livin Garden foi formado em 2006, inclusive fizemos um show em comemoração aos 5 anos da banda em maio, no Jokers, foi bem legal, enfim. Eu criei o Livin Garden, a banda era totalmente diferente na época com o Vinnie (Lazzaretti), que era o batera na época, e a gente começou a tocar e compôr as músicas e na gravação do primeiro disco, a bada se desfez totalmente e se refez denovo. No decorrer do tempo aconteceram muitas coisas, muitos integrantes vieram e foram e em 2009 a gente lançou o disco. Era pra ele ter sido lançado em 2008, mas por todos os problemas que tivemos acabamos lançando em 2009, já com o Krug, o Pablo (Kravicz - guitarra) e o Vinnie (Guitarra), que acabou saindo da banda logo após o lançamento do clipe de "Age Of Lies" e, quando surgiu a oportunidade de fazer a tour pelos EUA entrou o Fernando (Zecchion), que a gente já conhecia, porque eu toquei com ele, o Krug toca com ele em uma outra banda deles. E essa formação se firmou, no começo do ano passado, ainda nos preparativos para a tour. De lá pra cara, cuidamos dos preparativos para a tour, visto e tudo mais e em fevereiro desse ano fomos fazer a tour nos EUA. E a aceitação da banda lá foi muito grande, muito melhor do que esperávamos. Muita gente já conhecia alguma coisa nos lugares onde a gente tocava, em vários lugares vinha gente com camisetas do Soufly, do Seupultura, pela referência do país e a aceitação das músicas foi muito boa, acho que justamente pela onestidade que a gente coloca nas músicas, porque a gente faz o que gosta, e não faz música só pra tentar ser pesado e tocar alguma coisa, e o povo se identifica com essa honestidade.

Krug: E voltando da tour a gente já está compondo as músicas novas para o segundo CD, até 2012 vamos lançar o CD novo. Já estamos com 2 músicas prontas, com instrumental e vocal já

Dany: Acredito que todos nas banda trabalhem, certo? E como vocês conciliam a banda com a vida pessoal de cada um, emprego, família, namorada... ?

Gabriel: Eu trabalho, todos os dias, normal, em uma loja de Rock, mas tudo o que eu faço é voltado para o Livin Garden, meu desejo é um dia poder levar isso como minha primeira profissão, sobreviver e ter uma vida muito boa com isso. Meu desejo sempre foi viver de música e ser artista.

Krug: Eu também. Toco desde os 14 anos e meu desejo foi sempre também voltado à música. Se for colocar em termos de importância ou prioridade, eu vou sempre dizer as minhas bandas, porque eu toco em outras também, mas é sempre tocar e poder e fazer com cada banda o melhor que elas podem fazer e se uma delas fizer um trabalho que a galera curta, ficar só tocando. Mas isso não é o que me sustenta, todo mundo na banda trabalha e faz bem feito suas funções. Eu trabalho em uma loja de bateria e percussão, que é o meu instrumento, o Gabriel na loja de artigos de rock. Os dois que trabalham com coisas mais diferentes são o Fernando, que é fotógrafo, e o Pablo que trabalha com processamento de dados, ou algo com computação e essa coisa toda. Mas cada um desempenha seu papel da melhor forma possível e na banda também faz o melhor que pode

Dany: E quantas vezes por semanas vocês ensaiam, em média?

Krug: Uma vez por semana. É difícil, a gente quase nunca ensaia no meio de semana porque o Gabriel, além de trabalhar, faz faculdade à noite, mas o legal seria duas, para qualquer banda.


Gabriel: Isso não significa que a gente não tenha atividades da banda durante a semana. A gente agenda entrevista, chega em casa e compõe, para levar as idéias novas prontas para o ensaio. Uma vez ou outra até nos reunímos na casa de algum membro da banda para tocar junto, ver como estão as músicas novas mesmo.


Sobre a Tunrê pelos EUA, quantos dias durou, quantos shows vocês fizeram e qual a possibilidade de a Livin Garden voltar para lá? Como estão as portas para a banda?

Krug: A gente ficou nos EUA exatamente 31 dias. A gente desceu em Ohio dia 14/02/11 e voltamos de lá no dia 17/02/11. Fizemos 14 shows em 8 estados diferentes e percorremos mais de 12.000 quilômetros pela costa leste, norte, sul e centro do país no nosso próprio "motor home". As portas estão completamente abertas para voltarmos, essa turnê foi a melhor coisa que poderíamos ter feito para a banda. Lá é uma nação extremamente rica e fazer essa turnê sem apoio de empresário nem nada, só nós quatro mesmo e a atitude de subir no palco, tento 5 pessoas ou 300 e tocar com o pensamento de fazer o melhor show das nossas vidas fez com que eles nos respeitassem pra caramba, por que eles viram que não estávamos ali para brincadeira. A gente tem convite para voltar, uma assessoria de imprensa no Tenessee que está colocando a gente no iTunes, nos aplicativos de iPhone, então a gente fez exatamento o que devia e as portas para uma próxima tunrê, do próximo disco, estão totalmente abertas.


Dany: E quais seriam os próximos passos da banda? Lançar o próximo álbum e voltar para os EUA?

Gabriel: É, na verdade, compondo o próximo álbum, a gente já não tem mais muitya saída, por que o legal mesmo da banda para mim é fazer show, tocar ao vivo e sentir a energia da galera. É claro que vai ser demais ver como vai ficar o disco novo, as músicas novas, a minha curiosidade de saber como nós evoluímos, como as músicas vão ficar gravadas e ver o nosso trabalho, mas lançando o próximo disco o negócio e gravar um ou dois clipes e pôr o pé na estrada. EUA, América do Sul, Europa, onde a gente puder tocar, a gente vai.

Dany: Sobre música pesada em si agora, o que vocês acham que está forte no cenário do Rock hoje?

Gabriel: Eu costumo ficar ligado nas coisas novas, até porque meu negóciio é mesmo música. Então eu stu sempre de olho nas bandas novas, também material novo das bandas clássicas, enfim, e eu acho que os anos 70 tiveram a sua tendência, os 80 também, que até era aquele lance do glam, cabellão, maquiagem e tudo mais, já os 90 tiveram a tendência do grunge, heavy do Pantera, que o visual era bermudão, camisa chadrez, uma coisa mai crua, e hoje o que eu vejo é que parece que não tem uma tendência forte, parece que o que importa é que a banda tenha um diferencial. Não importa se você tem um puta cabelão, usa calça chadrez ou boica de sino, o que importa é mostrar que você está aqui para fazer alguma coisa, e não só para seguir uma tendência ou uma moda. Hoje o que tem valor mesmo é o diferencial que cada banda mostra e a qualidade que ela dá ao seu material. E tem espaço para todo mundo, isso é o que importa.


Dany: Muitas das bandas clássicas, surgidas nos anos 70, algumas nos anos 80, ainda estão em atividade e, de uma certa forma, ocupam espaço na cena e na mídia da música pesada. Até que ponto vocês acreditam que a logevidade de bandas como KISS, Iron Maiden, Metallica, Aerosmith ajuda no Rock ou ofusca as bandas mais novas que poderiam alcançar o mainstream?


Gabriel: Não ofusca de maneira nenhuma. A gente cresceu ouvindo essas bandas  e para mim, como fã, quanto mais essas bandas durarem, melhor para mim, que vou poder comprar discos, ir aos shows e tudo mais. Mas independentemente do tamanho, essas bandas ainda fazem parte da cena Rock e o que vier para fortalecer o Rock e o Heavy Metal melhora. E essa bandas não ofuscam, mas ajudam as bandas pequenas, chamando para abrir seus shows, fazendo festivais que promovem as bandas menores, como o Ozzfest e o Crue Fest, que sempre colocam bandas novas e apóiam sons novos. Não é necessário que uma banda acabe para que surja outra.


Dany: E qual é, na opinião de vocês, o futuro da música pesada?


Gabriel: Acho que agora não é mais como antigamente, que havia um estilo que era predominante e só aquilo faz sucesso. O futuro da música pesada é que cada um tenha o seu espaço e que vão surgindo diversos tipos de bandas com material interessante, sem domínio de um ou outro gênero.


Krug: Até porque hoje se tem uma ferramenta que antes não existia e mudou completamente a música, que foi a internet. Na minha época você tinha que esperar o disco chegar para você comprar ou pegar de alguém para escutar o som de uma banda, enquanto hoje um cara faz um som do outro lado do mundo e pode compartilhar isso com o mundo todo e virar um hit. então para mim a tendência é essa: cada vez mais idéias, novas bandas, novos sons e todas as ferramentas do mundo para fazer com que isso chegue ao público. Vão continuar existindo grandes bandas de enorme sucesso, mas o futuro da música pesada está mais por esse outro lado.


Dany: Obrigado pela entrevista. vocês gostariam de deixar algum recado para os leitores?


Gabriel: Eu gostaria de agradecer a oportunidade, agradecer também todas as pessoas que têm apoiado a Livin Garden e dizer que muito em breve estaremos lançando material novo, também vídeos da turnê pelos EUA, fiquem ligados e valeu!


Krug: Obrigado também, a você e àqueles que apoiam a banda, que acompanham. Gostaria de dizer que é importante que a gente use todas as ferramentas possíveis para divulgar o nosso material, porque tem tudo aí para ajudar o nosso trabalho a ir para frente. Valeu!


Livin Garden - Age Of Lies




O primeiro vídeo da turnê americana





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